Colheita de milho
(chiquinha)
Até hoje
ainda me lembro
Era manhã de setembro
O sol com intenso brilho
Eu na frente abrindo as covas
Chiquinha, menina nova
Vinha atrás plantando o milho
Era manhã de setembro
O sol com intenso brilho
Eu na frente abrindo as covas
Chiquinha, menina nova
Vinha atrás plantando o milho
O sol
dava um bronzeado
No seu corpinho rosado
Lhe dando uma cor morena
Cada grão que ela plantava
Uma esperança brotava
Como brota uma açucena
No seu corpinho rosado
Lhe dando uma cor morena
Cada grão que ela plantava
Uma esperança brotava
Como brota uma açucena
A
natureza não erra
E os grãos rachando a terra
E o broto nasceu robusto
Em cada braça do eito
Coração roçava o peito
Como o vento no arbusto
E os grãos rachando a terra
E o broto nasceu robusto
Em cada braça do eito
Coração roçava o peito
Como o vento no arbusto
O milho
cresceu depressa
Parecia uma promessa
Na minha boca granando
E no tempo de colheita
Chiquinha, menina feita
Era espiga se empalhando
Parecia uma promessa
Na minha boca granando
E no tempo de colheita
Chiquinha, menina feita
Era espiga se empalhando
Numa
tarde de pamonha
Eu sem jeito, com vergonha
Já pressentia o perigo
Fui buscar no milharal
Mais milho para o curau
E Chiquinha foi comigo
Eu sem jeito, com vergonha
Já pressentia o perigo
Fui buscar no milharal
Mais milho para o curau
E Chiquinha foi comigo
Quebrando
milho na chuva
Eu tropeçava nas curvas
Do seu corpinho molhado
Debaixo do pé de milho
Como espigas no atilho
Ficamos os dois atados
Eu tropeçava nas curvas
Do seu corpinho molhado
Debaixo do pé de milho
Como espigas no atilho
Ficamos os dois atados
Passou o
ano e desta feita
Vamos ter duas colheitas
O tempo foi bom pro milho
Enquanto crescem as espigas
Chiquinha cresce a barriga
Pra colhermos nosso filho
Vamos ter duas colheitas
O tempo foi bom pro milho
Enquanto crescem as espigas
Chiquinha cresce a barriga
Pra colhermos nosso filho
Há muitos anos havia uma grande tribo cujo chefe era um velho índio.
Era um índio muito bom e que estava sempre preocupado com a felicidade da sua tribo.
Um dia, sentindo-se muito cansado e doente, pressentindo que estava para morrer, chamou os seus filhos e disse-lhes que quando morresse o enterrasse no meio da oca. E disse-lhes mais:
-- Três dias depois de me enterrarem, surgirá de minha cova uma planta bem viçosa que depois de algum tempo produzirá muitas sementes. Quando virem a planta crescer e as lindas espigas aparecerem, não as comam, guardem-nas e plante-as.
Os dias se passaram, o velho índio morreu e os filhos fizeram-lhe tal qual o pai ordenara.
E como o velho índio dissera, surgiu de sua cova uma linda planta com belas espigas cheias de grãos dourados.
Os índios ficaram contentes, a tribo enriqueceu e passaram então a cultivar o milho com muito carinho. E assim surgiu o milho, diz a lenda.
A Lenda do Milho
Escrito por Maria
Luiza Freitas Guimarães
Tema: Festa de São João
- adaptação livre em verso
Há tempos que há muito se foram,
dois índios amigos viviam
em busca da caça e da pesca
e todos os seus bens repartiam.
Num dia houve extrema escassez,
a pesca e a caça sumiram,
rezaram ao Deus Nhandeyara
e um novo alimento pediram.
Então numa noite escura
em meio a um clarão prateado,
surgiu um valente guerreiro
por Nhandeyara enviado.
“Tereis vós o vosso alimento,
mas antes tereis que lutar
e aquele que for o mais forte
ao outro irá sepultar”.
Avaty, que era o mais fraco,
no embate foi derrotado
e, pelo seu fiel amigo,
seu corpo foi enterrado.
O pranto de dor do amigo
a cova de Avaty regou,
e um dia, em pleno inverno,
uma verde folhagem brotou.
E nela, espigas doiradas,
suculentos grãos escondiam,
cabelos de luz encarnada
que à luz do sol reluziam.
O nutritivo cereal
passou a ser cultivado
e, em homenagem ao Índio,
de Avaty foi chamado.
E aqui nesta noite tão bela
onde reina amor e união,
vem saborear Avaty
E celebrar o São João!
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